16 dezembro 2007

5 "S" para melhorar a vida

Melhorar a qualidade significa, antes de mais nada, “arrumar a casa” ou fazer “housekeeping”, como se diz em inglês. As empresas japonesas descobriram um modo prático e objetivo de arrumar a casa, utilizando um recurso de memorização: 5 S, iniciais de 5 palavras japonesas que amparam o programa de arrumação. Você pode aplicar os 5 S para arrumar sua vida. Arejar um pouco os espaços externos e internos. rever os conceitos e as prioridades. Seiri - Senso de Utilidade Fazer “SEIRI” significa descartar o que não apresenta utilidade. Muitos de nós temos uma tendência quase “psicopata” de acumular quinquilharias e inutilidades que acabam por ocupar nosso espaço, nosso tempo e nosso dinheiro! Pior: desvia a atenção do essencial e contribui para abaixar o moral. A dificuldade de se encontrar um documento ou uma ferramenta, o desânimo que o aspecto carregado de determinadas áreas cheias de peças e equipamentos acaba por gerar na força de trabalho, a necessidade de se custear maiores áreas para a guarda de materiais, documentos, livros e equipamentos desnecessários são exemplos nas quais o SEIRI deve ser aplicado. Na prática: Escolha uma área de sua vida para iniciar o trabalho do SEIRI - iniciando por uma área bem crítica para que todos percebam claramente os resultados. Classifique objetos - documentos, roupas, máquinas, móveis, instrumentos - segundo uma escala de 1 a 5: 1- Absolutamente necessários 2- Necessários 3- Pouco necessários 4- Não necessários 5- Absolutamente desnecessários.
Defina então: O que deve ser mantido - deixe tudo isso em perfeita ordem e limpeza. O que deve ser doado ou jogado fora. Faça isso pelo menos uma vez por ano.

Uma sugestão: o que classificou como ítem 3, reveja se não pode, realmente, classificar como ítem 4.
O que classificou como ítens 4 e 5, é extremamente indicado que seja descartado.
Lembre-se: você não precisa de nenhum objeto para se lembrar das pessoas que ama e dos bons momentos que viveu. Isto não apenas faz parte de você. Isto É você.

Seiton - Senso de arrumação Fazer “SEITON” significa organizar, colocar as coisas em ordem, arrumar tudo em seu devido lugar. Tudo deve ser sempre disponível e com acesso fácil próximo ao local onde ocorre a ação (“gemba”), onde é efetivamente necessário. Na prática: Defina com racionalidade os lugares em que os objetos deverão ficar. Movimentos deverão ser reduzidos, no uso, bem como no esforço. Defina a quant idade ideal para cada coisa - ela deve ser reduzida ao mínimo. Tudo o que for usado deve voltar ao lugar certo imediatamente após o uso.
Talvez este "s" seja o mais difícil. Quantos de nós já arrumamos nossos espeços e, em pouco sdias o vemos novemente bagunçado. A pressa e a correria do dia-a-dia, é sócia em nos ajudar a não voltar os objetos para os lugares de onde tiramos. Papéis, livros e anotações para quem estuda ou desenvolve trabalho com esta característica, sabe que é quese impossível manter uma arrumação.
Aqui cabe lembrar a boa utilização do uso de caixas, estantes e armários. O que não ficar visível, identifique para que seja prontamente encontrado.
Lugar de livro é estante, junte-os de acordo com uma classificação que lhe seja útil. Os que são frequentemente consultados devem estar bem à mão. Uma pequena estante (ou mesa) próxima do computador, por exemplo, é uma boa estratégia. Coloque aí tudo o que costuma usar com certa frequência.
armários fechados são para objetos pouco usados.
papéis, apostilas e outros, podem ser guardados em pastas tipo arquivo ou classificadores. se são documentos pessoais, devem estar visíveis para a necessidade de uso urgente. os demais podem ficar em compartimentos menos acesíveis, como lugares mais altos das estantes, guarda-roupas ou prateleiras.
CDs, ficam melhor em cases, e ocupam menos espaço. devem ficar próximos ao computador ou som. se faz questão de ter os encartes, guarde-os em um classificador, e descarte as 500 caixinhas que apenas ocupam espaço.
o princípio básico do seiton é: tudo o que você usa com certa frequência deve estar à mão, o demais pode ser guardado em locais de menor acesso.
um lembrete: salvo documentos e outros poucos ítens importantes mas pouco usados, quase tudo o mais que você passar todo o ano sem usar, talvez possa ser enquadrado nos ítens 4 ou 5 do seiri.

Seiso - Senso de limpeza Fazer “SEISO” significa manter limpo e arrumado o ambiente de trabalho. Muitas donas-de-casa costumam cozinhar, e concomitantemente, limpar e guardar panelas e utensílios, limpar o chão da cozinha etc. Visam garantir a limpeza e o aspecto geral do local de trabalho. Antes, durante ou depois de uma dia de trabalho a limpeza e a ordem devem ser priorizadas para que tenhamos um bom ambiente físico e qualidade de vida no trabalho. Na prática: Crie normas e procedimentos para a manutenção de tudo limpo e em ordem; Envolva as outras pessoas nesse processo; Reserve algum tempo do dia para a limpeza e ordenação das coisas.

Eis aqui um outro "s" difícil, mas se você conseguiu passar pelo seiton, aqui já será mais fácil. Na verdade um completa o outro. Depois de dar ordem e arrumar tudo conforme a orientação do seiton, o seiso é apenas uma orientação de manutenção, conservar o que já foi feito.

Outro ponto importante no seiso é a questão da limpeza e da higienização do ambiente. Ora, quem de nós não gosta de um ambiente limpo e perfumado?

Com menos objetos e guardados de maneira consciente, este ítem não será tão difícil.
Seiketsu - Senso de asseio pessoal Fazer “SEIKETSU” significa preocupar-se e cuidar do asseio e da aparência pessoal. Na prática: Atente para todos os detalhes de sua aparência pessoal - e mantenha uma rigorosa disciplina de cuidados diários; Mantenha a regularidade na visita ao cabeleireiro, dentista; Cuidados especiais e rigorosos com mãos e pés, escovação de dentes, asseio das roupas, barba. Shitsuke - disciplina, consciente, autodisciplina Fazer “SHITSUKE” significa, criar, educar, treinar, disciplinar. Só se consegue um bom desempenho e uma boa atitude profissional através de constante prática e aperfeiçoamento. Na prática: Incorpore os princípios dos 5 S, como uma filosofia de vida; Invista em sua mudança pessoal rumo ao aperfeiçoamento constante; Busque desenvolver, assumir e manter padrões éticos de conduta e focalize seu conhecimento sem visar resultados imediatistas. Através desses mecanismos simples a pessoa consegue manter sua mente mais arejada e sua produtividade aumenta.

01 dezembro 2007

Consumidor, Cliente ou Freguês?

O ponto inicial de qualquer relação é saber quem é o cliente. Pode parecer óbvio, mas se trata do ponto central de qualquer negócio.

Alguns autores não estabelecem a diferença entre cliente e consumidor. Para outros, a diferença é importante para se estabelecer estratégias empresariais para se fidelizar a clientela de maior rentabilidade.

É comum se ouvir dizer que a clientela não sabe o que quer, e que cabe aos profissionais de marketing “ajudar na escolha do produto e da empresa certa”, porém esta máxima, além de ser de uma ética questionável, pode trazer mais problemas que soluções.

O consumidor é aquele que adquire bens, produtos e serviços sem estabelecer um vínculo comercial de longo prazo com a empresa, restringindo o atendimento das suas necessidades ao momento da compra. As pessoas que são atraídas por promoções relâmpagos, por preço abaixo do mercado ou são “encantadas” por um belo discurso de vendedor são consideradas consumidores para uma empresa. Isto porque o apelo mercadológico para atrair o comprador para a empresa tende a ser copiado pela concorrência, sem que exista garantia de qualquer fidelidade para compras futuras. Nesta prática percebe-se a característica do consumidor.

Cliente é o foco da empresa e representa pessoas ou organizações que exercem influência no processo de troca rentável para a empresa. O padrão de consumo relacionado a promoções e ações de rápida resposta necessita de estratégias de longo alcance para se fidelizar clientes. O consumidor pode ser retido e transformado em cliente. Para isso, é importante que a empresa desenvolva produtos e serviços de acordo com as necessidades do cliente, mantendo ou, sempre que possível, ampliando a rentabilidade em cada compra.

O cliente diferencia-se do consumidor por possuir uma vinculação de maior intensidade com a empresa. A relação do cliente com a empresa é de longo prazo, o que não pode ser rapidamente copiado pela concorrência! No Brasil, é muito usual se utilizar a expressão “freguês” para se designar o cliente fiel que possui alto valor para a empresa. O que se deve perceber, no entanto, é como caracterizar o freguês com base no perfil de consumo.

Os exemplos de supermercados, bancos e companhias aéreas correm à mente para lembrar da existência de programas de pontos que auxiliam na demarcação de fronteiras entre clientes e consumidores. Transformar um consumidor em cliente exige destreza e contínuo acompanhamento para avaliar o grau de satisfação e integração com a empresa.

Deste ponto em diante, é importante considerar que toda a análise e esforços empreendidos na empresa devem estar voltadas para se atrair e reter clientes que geram rentabilidade para a empresa. A indistinção entre consumidor e cliente não se trata de um exercício de erudição, mas de uma necessidade de reconhecer o valor estratégico da própria empresa.

O Potencial é aquele que pode vir a se tornar um cliente fiel. Por ter pouco tempo de relacionamento com a empresa, nada se pode inferir do seu perfil, até que se tenham informações consolidadas sobre ele como, por exemplo, poder de compra, interesses, entre outras. Chama-se de Prospectivo o cliente, pessoa física ou jurídica, que já possui um histórico com a empresa. Inexiste um tempo pré-estabelecido para se estabelecer a passagem de Potencial para Prospectivo, porém o que é válido considerar são dados qualificados que permitam comprovar a sua condição de renda e o poder de decisão para a compra.

O outro tipo de cliente, o Qualificado, diferencia-se dos anteriores por tomar a iniciativa em obter informações sobre a empresa. Ele age de forma pró ativa, buscando ampliar suas interações com a organização através dos canais de comunicação existentes. Pode-se afirmar que neste nível, o cliente se encontra fiel à empresa.

O modelo de Schmid (1997) assume como premissa que existe uma fronteira que determina o momento de se perceber o cliente como fiel, ou seja, com atitudes positivas com relação à empresa. Assim, é crucial que a empresa esteja preparada para o melhor atendimento nas duas primeiras compras, compreendendo que, a partir daí, a tendência é o cliente estar mais disposto a recomendar os serviços e produtos da empresa voluntariamente.

Vale ressalvar que em mercados competitivos, nem sempre se prevalece a estrutura proposta para se diferenciar a clientela. Mesmo o cliente já tendo adquirido um produto ou serviço por várias vezes e recebido o melhor atendimento, ele pode optar por outras marcas ou fazer uso paralelo com o intuito de obter vantagens de curto prazo.

Como em qualquer atividade empresarial, há riscos envolvidos na caracterização de um tipo do outro. Uma questão sempre temida por grande parte do empresariado, desconhecedor dos alicerces do marketing de relacionamento, é a perda de receita. Assim, equivocadamente, a empresa acaba por oferecer vantagens a todo e qualquer tipo de comprador que adquira bens ou serviços em qualquer proporção, sem estabelecer critérios objetivos para se diferenciar os públicos.

Contudo faz-se necessário reconhecer os objetivos da empresa para se estabelecer o público-alvo, do contrário haverá perda de foco no negócio e, conseqüentemente, investimento numa base de consumidores que pouco agregam valor ao negócio!