08 setembro 2008

O FLUXO INFORMACIONAL NOS LABORATÓRIOS DE ANÁLISES CLÍNICAS

Em decorrência dos avanços da mídia eletrônica e da informática, surgem, no início do século XXI, novas mídias que se apresentam como alternativas eletrônicas à palavra escrita ou falada: as novas tecnologias da informação e comunicação (NTICs). As alterações propiciadas nas organizações pelas NTICs trouxeram significativas mudanças para a dinâmica da informação em todas as áreas do conhecimento. Nos serviços de saúde, por exemplo, têm proporcionado alterações na gestão do fluxo informacional, o que torna importante a investigação da fenomenologia subjacente pelas características intrínsecas que envolvem a questão da informação no setor.

As NTICs podem trazer inúmeros ganhos ao segmento da saúde. Em microescala, permitem que médicos tenham acesso à informação sobre seus pacientes em tempo real. Em macroescala, as NTICs possibilitam o acesso a informações técnico-científicas que contribuem para o desenvolvimento e para a prática do profissional na área de saúde. Além disso, servem de apoio aos processos de tomada de decisão na planificação, formulação e aplicação de políticas públicas para a saúde, coadunando-se ao desenvolvimento econômico e social do país.

Avaliando o conceito de dado na área de saúde, observa-se que pode ser considerado como um elemento peculiar – idade, sexo, etnia ou valores numéricos específicos, resultantes de exames, tais como níveis de triglicerídeos no sangue de determinado paciente, entre outros fatores – em um dado momento. Os dados permitem livres interpretações por dependerem dos conhecimentos prévios e experiência do interpretador. O conceito de informação em saúde resulta da análise e combinação de vários dados, que, igualmente, podem levar a diversas impressões acerca do estado de determinado paciente ou de determinada população. A informação em saúde, portanto, somente existe na interpretação dos dados que devem estar, constantemente, disponíveis e atualizados para permitir ampliar a base de conhecimento e evitar erros diagnósticos ou terapêuticos.

Vale frisar que a informação em saúde está também suscetível a múltiplas variáveis – o que reforça a importância de contextualização – e que quase sempre se refere a dados relativos à melhoria e manutenção da qualidade de vida, como também ao óbito de indivíduos. É um dos mais importantes recursos, senão o principal, que o médico necessita ter em mãos para o exercício profissional com eficiência e qualidade. O acesso ou não à informação, bem como à tecnologia, pode representar o sucesso ou insucesso na adoção de práticas terapêuticas ou algum cuidado a ser prestado ao paciente.

A principal missão dos sistemas de informação eletrônicos é dar assistência eficiente e com alta qualidade aos procedimentos informacionais, tornando-os mais rápidos e eficientes. Sem um sistema adequado de informações eletrônicas, as organizações tendem a desembolsar ineficazmente recursos para criar, armazenar e recuperar informações dos pacientes. Entre outros desdobramentos, a ineficácia da gestão informacional se traduz na redundância de tarefas e no alto dispêndio de tempo na tomada de decisões.