Em uma das entrevistas sobre o acidente em Congonhas, o presidente da Associação Brasileira dos Aeroviários comentou sobre as medidas de segurança adotadas no passado por algumas empresas que colocavam o lucro em segundo plano.
Raro fenômeno, por certo, atualmente. A TAM nunca fez parte deste seleto grupo, tampouco as "novas empresas" que voam pelos céus Brasileiros.
A grande utilização das aeronaves, o aumento de peso, as rotas alteradas com o intuito econômico são fatores preponderantes para a insegurança, além das exaustivamente discutidas questões de infra-estrutura.
Há onze anos atrás, por ocasião do primeiro grande acidente da TAM com vítimas em Congonhas, a conversa que se flagrava no meio aeronáutico era:
- O senhor sabe como a TAM faz a manutenção das suas aeronaves?, dizia um especialista.
- Não, respondia um leigo.
- Nem ela.
Trágico, sem graça e preocupante, parece que a empresa não aprendeu com os erros (http://noticias.br.msn.com/brasil/artigo.aspx?cp-documentid=5208869) e tem feito escola, pois, as mais novas companhias aéreas seguiram as pistas de como se tornar rentável e líder de mercado.
Para poucas, o fato de se dispor de novos equipamentos ofusca o problema que é o contínuo investimento em desenvolvimento de pessoas e manutenção dos aparatos técnicos. No novo "ambiente competitivo de negócios", tudo tem que ser otimizado, rentável e ... descartável. Desapareceram o respeito e a preocupação com o passageiro, que deseja muito mais que uma pseudo cordialidade por parte das empresas e autoridades.
É elevado o nível de esgotamento físico e mental dos trabalhadores que atuam no contato direto com o público no setor de embarque dos aeroportos Brasileiros. Agressões e discussões fazem parte da rotina dos aeroviários (http://www1.folha.uol.com.br/folha/cotidiano/ult95u316128.shtml). Os trabalhadores, os passageiros e a população é quem arca com o peso da ganância, incompetência e irresponsabilidade que perduram (impunemente) no país e, conseqüentemente, no setor.
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