É triste acompanhar os relatos que traduzem a falta de interesse das organizações em se desenvolver pessoas. Apesar de se negar a prática, prevalece tônica da competitividade exarcebada, o imediatismo e desinteresse em se dar autonomia para o profissional atuar. Há empresários que dizem existir muitas pessoas disponíveis no mercado (como se fossem produtos na prateleira com prazo de validade...) para desempenhar as tarefas e que não se pode perder "tempo" fazendo o papel de professor... Ou ainda: acredita-se que seja de pouca valia o que se aprende no espaço acadêmico. É compreensível, o risco de ensinar e ganhar um concorrente é grande!
Temos uma questão cultural que influencia a percepção do que significa o trabalho e a sua função social. O modelo de produção em massa de gerentes (se é que isso é possível) é a ótica do imediatismo, do pouco comprometimento com a qualidade dos projetos. A formação técnica requer conteúdo. No entanto, a gerencial exige mais tempo para se amadurecer vários tipos de conhecimento, não apenas o procedimental, mas, principalmente, o comportamental, o intuitivo, o tácito, entre outros que só se aprende vivenciando situações complexas.
O contraste com a proposta de formação continuada para gestores, como se vê, é flagrante! Um bom argumento é comparar com a formação do médico e do piloto de avião. Por que só consideram-se aptos para determinadas ações após um certo tempo de experiência profissional? É o caso do gerente de projetos! O verdadeiro gerente de projetos contraria o senso comum de muitos empresários: faz falta, pois traz um repertório diferenciado, difícil de se aprender com o "instrucionismo".
Apesar das restrições de mercado, é importante ter consciência de que os profissionais com boa qualificação revertem a lógica: escolhem as empresas e negociam as condições de trabalho! Até lá é uma caminhada com desafios, mas vale a pena!
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