A
comunicação em projetos precisa ser desenvolvida até o limite da clareza. Deve-se perceber
a dimensão cognitiva na qual a outra parte (o interlocutor) tem maior abertura.
Em outras palavras, significa dizer que se deve checar se a forma, a linguagem,
o canal, o momento e o espaço estão apropriados para se veicular uma palavra.
Há
indivíduos que são, por exemplo, muito centrados na objetividade e na
dialógica, enquanto outros são mais envolvidos pelo sensorial, o imagético e o
afetivo. Não se tratam de "categorias" ou "classes", mas de
se compreender que existem diversas formas de comunicação por
existirem "encontros discursivos", isto é, pessoas em momentos e
circunstâncias distintas. Da mesma forma que uma pessoa não cruzará um rio duas
vezes, um indivíduo não é impactado/entende uma mensagem somente com
base no conteúdo.
Não
se pretende, com isso, dizer que os gestores urgem em dominar a
arte/ciência da comunicação, porém, é devida, sim, a abertura para se agir
diligentemente minimizando a dubiedade. Assim, além do instrumental, é
importante que exista o comportamento proativo dos gestores e uma validação
(contínua) de como a mensagem chega até os trabalhadores mais distantes do
núcleo decisório.
Das formas de comunicação,
a verbal é uma delas. Neste ponto, talvez uma confusão que possa existir, é
acreditar que "ser um bom comunicador significa ser um profissional com
boa oratória, com boa dicção e boa capacidade de persuasão". Este
pensamento não corresponde à verdade. A comunicação começa no
entendimento, na escuta ativa e cooperada, entendo o contexto e as pessoas nele
envolvidas. A partir daí o instrumental de se criar a empatia, de transmitir a
ideia prossegue. Há relatos, por exemplo, de líderes com problemas de fala, de
voz, com pouca eloquência.
Há oficinas (workshops) especializadas para
se trabalhar a ansiedade do interlocutor. A técnica diz respeito à
observação do emocional e desenvolvimento das habilidades de comunicação
por meio de exposição gradual. Em outras palavras, o participante exercita, em
várias situações, o discurso. Fonoaudiólogos, psicólogos e profissionais com
formação em artes cênicas (teatro) ajudam, porém, cabe frisar que a fala é uma
parte do processo da comunicação, tal qual é a escolha do instrumental (os
veículos e os dispositivos de comunicação). Há ressalvas quanto ao uso de
veículos de massa, pois não se possibilita o retorno (feedback) de
imediato, ao contrário dos encontros pessoais.
Nesse mérito, revemos a
importância do processo de comunicar, que implica em interagir com conteúdo
expresso em palavras e em expressões, tom de voz, dentre outros. O papel do gerente de projetos é ser o centro deste
processo, disseminando e acolhendo discursos. Precisam dispor de um grupo que o assessore, colaborando para se evitar
situações críticas, sabendo acolher, ouvir, interpretar várias mensagens e
manifestações, transformando-as em ações.
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