O
gerente de projetos (GP) deve possuir algumas características como, por
exemplo, a autonomia, o conhecimento, a autodisciplina, o metodismo, a
habilidade de se inter-relacionar com a equipe, e a assertividade.
Uma
das principais atribuições do gerente de projetos é ouvir e se comunicar. O
gerente passa a maior parte do tempo comunicando-se com os diversos
participantes, diretos e indiretos, do projeto. A comunicação volta-se para
obter detalhamento do escopo, das condições do projeto (recursos, prazo,
relacionamento com as partes interessadas - Stakeholders). Na literatura
da área encontra-se também a palavra "negociação" relacionada a este
tipo de ação, que corresponde a ouvir, acompanhar, intercambiar ideias,
divulgar informações, entre outras interações possíveis.
O
acompanhamento do ambiente e suas transformações é uma das funções gerenciais
previstas no projeto. Ainda que o gerente de projetos não as desempenhe, dada a
complexidade e a intensidade das demandas cotidianas, é mandatório existir um
profissional e uma sistemática de acompanhamento.
Como
defende o Project Management Institute
(PMI), as incertezas ao longo são diminuídas à medida que o projeto avança e se
aproxima da conclusão. Para isso, é importante que a equipe de gerenciamento
planeje, estabeleça e dissemine instrumentos de controle (qualidade, custos,
tempo), rotinas de acompanhamentos, comparando com o que se tem na linha de
base (baseline) do
projeto.
O
planejamento, como processo gerencial sistemático, mais próximo da realidade do
projeto, deve ser pautado na experiência da equipe - liderada pelo gerente de
projeto, que pode não entender tecnicamente do assunto, mas tem a obrigação de
saber coordenar os esforços para se finalizar satisfatoriamente o projeto. Vale
dizer, que o gerente de projetos tem a obrigação de ser especialista em
gestão, não, obrigatoriamente, em escopo do projeto (visão técnica
limitada).
O
GP pode até ser um profissional externo à organização para coordenar um
projeto, assumindo as atividades com o apoio de outros consultores, a depender
da complexidade e do nível de especialização.
Por
outro lado, alguns projetos longos e complexos, como as missões espaciais,
requerem a participação de especialistas/consultores em conteúdo para o
desenvolvimento de algumas atividades, o que é compreensível e desejado. Uma alternativa
é a contratação de consultores para a realização de algumas atividades. Para tanto, é preciso apurar a
necessidade de contratação no plano de gerenciamento de pessoal.
Há de se considerar a consultoria como paliativa, pois o importante é que a cultura seja desenvolvida entre os trabalhadores da empresa. Isto leva tempo, como se sabe. Assim, outra possibilidade é o investimento em formação de pessoal. Contra esta, pesa o recurso financeiro a ser desembolsado, nem sempre disponível, especialmente para o micro e pequeno empresário.
A
contratação extemporânea de profissionais, não prevista nos planos auxiliares
do projeto, de fato, é indesejada e sinaliza situações além do controle do
gerente de projetos. Neste contexto, a vinda de pessoas externas ao projeto
enfraquece o grupo e influencia negativamente o projeto.
Para
se evitar tais casos, a melhor técnica recomendada é a Sala de Crise, ou como
consta do PMBoK (2008), a Sala de Guerra (War Room). É uma
forma do gerente de projetos investir no desenvolvimento da equipe, reunindo as
pessoas em circunstâncias importantes, reforçando o comprometimento dos participantes
na busca de soluções para os problemas.
No
que se refere a mudanças, somente as aprovadas por um Comitê de Controle é que
podem ser implementadas. Isto quer dizer que o monitoramento das condições no
projeto é um ato contínuo, ocorre em todas as fases. Qualquer alteração, mesmo
que seja para atendimento de uma nova tendência do mercado, só pode ser
efetivada após a apreciação do Comitê, do qual o GP participa e lidera, que
conta, também, com a participação da equipe técnica, de um representante ou o
próprio patrocinador e, em alguns casos, do cliente ou de sua representação.
Um
dos grandes desafios do GP é conciliar as adversidades encontradas no campo e
concluir o projeto dentro dos parâmetros acordados de forma satisfatória a
clientes, usuários e patrocinadores. Missão complexa, portanto, que requer
destreza e preparo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário