A intangibilidade é uma
caraterística dos serviços. Todavia, é comum na literatura observar que os
prestadores devem, na medida do possível, recorrer a elementos tangíveis, que
explorem os sentidos dos clientes, para que possam estabelecer medidas de
referência para se avaliar e aprimorar os processos. Destacam-se a seguir
obras, com trechos em destaque que suportam o argumento.
TÉBOUL, JAMES. A Era dos Serviços: uma nova abordagem ao
gerenciamento. Rio de Janeiro: Qualitymark, 1999.
Ao versar sobre as atividades de
produção dos serviços, o autor cita que estas têm como particularidade: “1) Ter
como objetivo a transformação de um relativamente tangível”. (p.27). Explana:
“O resultado desta transformação é concreto, mensurável e específico, mesmo quando
se trata de informações ou de dados digitais ou eletrônicos. (...) Por
definição, os serviços não são tangíveis, (...) sendo imateriais, têm
necessidade de recorrer a elementos concretos (...). (A mensagem do McDonald´s)
baseia-se em elementos materiais fáceis de verificar” (p. 29-30).
O autor defende que “quanto mais
um serviço é imaterial, mais é necessário concretizá-lo por elementos tangíveis.
Um hall de entrada de mármore num
banco pode dar impressão de potência, segurança, e confiança. (...) Aqueles que
concebem o serviço devem procurar todo elemento material que poderá, de uma ou
de outra, influenciar o cliente...”. (p. 95).
LOVELOCK, Christopher. Serviços: marketing e gestão. São
Paulo: Saraiva, 2001.
Nesta obra, o autor propõe uma
relação entre tangibilidade e intangibilidade, que se apresenta na figura na
página 18, cuidadosamente explanada no Capítulo 2. Destacamos uma das oito componentes dos serviços, a evidência física, que corresponde à “aparência física de edifícios,
jardins, veículos, mobília interior, equipamentos, membros do quadro de
pessoal, placas, material impresso e outras indicações visíveis fornecem
evidência tangível da qualidade do serviço de uma organização.” (p. 32).
É válido notar,
também, que o “grau de tangibilidade ou intangibilidade” é uma forma de
classificar os serviços, pois “o serviço realiza algo físico e tangível, como
os serviços de refeição ou lavagem a seco (...)”. (p.32). Sendo considerado
como um processo físico, ocorre uma transformação tangível. (p. 35). Uma série de ações tangíveis devem ser envidadas, como também sugerem os autores da obra abaixo relacionada.
BATESON, J. E. G; HOFFMAN, D. Marketing de Serviços. Porto
Alegre: Bookman, 2001.
Na caracterização dos diferentes
tipos de serviços, os autores sugerem o modelo de “Serviço + Ação”, sendo a
tangibilidade, a evidência física, como fundamental para se entender a extensão
e o impacto nos consumidores (p. 160), a tal ponto de desempenhar “um papel
importante no processo de socialização, comunicando papéis, comportamentos e
relacionamentos (...)” (p.161). A teoria que fundamenta as características
físicas dos serviços é apresentada ao longo do Capítulo 6, com modelos para
entendimento dos ambientes.
Por fim, vale rever o conceito de
serviço, como comentado em um clássico autor da área, indicado na sequência.
KOTLER, Philip. Administração de Marketing. 12 ed. São
Paulo: Pearson Prentice Hall, 2006.
O autor reafirma os conceito de
intangibilidade e tangibilidade defendidos nas obras supracitadas, mas faz uma
ressalva quanto ao conceito de serviços: “(...) os serviços podem ser baseados
em equipamentos (...) ou em pessoas. (...) A fim de reduzir essa incerteza, os
compradores procuram por sinais ou evidências da qualidade do serviço. Deduzem
a qualidade com base nas instalações, nas pessoas, nos equipamentos, no
material de comunicação, nos símbolos e nos preços percebidos. Por isso, a
tarefa do prestador de serviço é ‘administrar as evidências’, para deixar
‘tangível o intangível´” (p. 398).
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